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quinta-feira, 30 de julho de 2015

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O que estás a fazer, Mirone?

Apepinada?

Esta manhã, a caminho de casa da avó:
- Mamã, notas alguma coisa de diferente na minha cara?
- Noto, claro que noto, estás com cara de menina crescidinha que se porta bem, lava os dentes sem ser preciso mandar, vai para a cama quando mandam, não faz birras, não briga com as primas nem responde mal aos adultos.
- Também acho. Já não tenho cara bolinha de bebé, já está a ficar mais apepinada, de adolescente.



terça-feira, 28 de julho de 2015

É gente que não pratica o amor, seguramente.

Segunda-feira, sete da tarde, um supermercado cheio de pessoas a fazer as suas compras antes de regressarem a casa. Normal.

Uma  das seis caixas fechada e as outras com filas consideráveis. Normal.

Uma grávida de fim de tempo, eventualmente ainda no primeiro trimestre, se estivermos a falar de trigémeos, pergunta à menina de uma das caixas se pode chamar uma colega para abrir a caixa prioritária. A senhora vem abrir a caixa e atende a grávida. Normal.

Um cliente duas caixas ao lado exclama "já cá estou há muito tempo e ninguém abriu uma caixa só para mim". O marido da grávida responde "Temos pena, é um direito da minha mulher, está grávida". A duas caixas de distância o outro cliente continua a reclamar e o marido da grávida a responder. A grávida pede ao marido que se cale. O marido não se cala (e o cliente duas caixas ao lado também não). Dispara o alarme anti-roubo do supermercado. Aos gritos do marido da grávida, do cliente a duas caixas de distância e do apito do alarme junta-se agora a voz estridente de uma senhora que veio não sei bem de onde para gritar com o cliente zangado "Sabe o que é que o senhor é, sabe? O senhor é um estúpido! Um estúpido! É um estúpido! Não vê que ela está grávida?" (pareceu-me a mãe da grávida, mas não percebi muito bem). O segurança está indeciso entre desligar o alarme ou acalmar os ânimos. Há mais um senhor que começa a gritar (o pai da grávida?). Não é normal!

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Ensino o quê?

- Mamã, ensina-me a jogar poker.






?!

A menina quer!

Para lá de muito, horrores de querer! 
A menina quer a nova 'sandalete' Gucci forrada a pêlo de canguru, para assegurar aquele conforto e qualidade que distingue as marcas de luxo das outras, que isto já se sabe que sentir um calcanhar seco e estalado a enrolar-se  na vossa perna é o maior turn-off de todos os tempos, perguntem lá às vossas caras-metade, a ver se não é. 
O salto com ar de que se vai partir a qualquer segundo com incrustação de pedraria fina é um plus, uma mais-valia (mais valia estar quieto) de inegável valor e o argumento que faltava na hora de escolher o par de sapatos para aquela despedida de solteira no Bairro Alto onde se vai beber mais do que a conta. Ninguém vai perceber se o defeito é dos saltos, do vosso estado etílico ou das irregularidades da calçada.
Ponham os olhos nesta lindeza!


Só é pena também gostar de praia

Porque não me aborrece nada trabalhar quando todos os outros estão de férias.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O problema de porem mulheres muito bonitas a apresentar jornais económicos

É um catedrático em valores mobiliários que está a explicar uma especificidade do mercado de futuros usar o brocado "ispse dixit", a apresentadora que o interrope "Ipsi quê? Ahahahahaha!" e o senhor explicar-lhe o que quer dizer.
Num Bloomberg perto de si.

Era isto ou a música dos Europe


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Pessoas que são muito efusivas nos elogios às amigas que fizeram uma mudança de visual recentemente

os vossos elogios podem ter o efeito inverso ao desejado, tentem conter-se nos "Uauuuuuuuuuuuuuuuuuu! Beeemmmm, quanta elegância, estás tão diferente! Juro que se te visse na rua não te reconhecia. Estás tão bonita, mas tão, mas tão bonita! É que nem pareces a mesma pessoa. O teu cabelo está um espectáculo! Que mudança radical! Estás liiiiinda! Tão feminina!". 
Parecendo que não, a pessoa que os recebe e quem está de fora a assistir são bem capazes de só reter uma coisa: "Que grande camafeu eras!"

Se calhar também é por isso que não gosto de cerveja

Não gosto mesmo nada do anúncio da Sagres com o Salvador Martinha e César Mourão a cantar "sai da toca Zé, sai da toca Zé".
É que até a versão encurtada é demasiadamente comprida.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Férias emocionantes, hein?

- Mamã, mamã, a Miquelina e eu andámos a caçar caracóis no jardim da avó!
- Caçar caracóis? Uau, que emoção.
- Estás a gozar? Eles nem se mexem. Mas achámos um que em vez de lesma tinha terra! A lesma fugiu e pôs lá terra para enganar os passarinhos e as aves de rapina!





Sapatos novos?

Quando era miúda e estreava um par de sapatos não descansava enquanto todos à minha volta o notassem e, de preferência, os elogiassem. Nem que para isso tivesse de andar de uma maneira estranha, como que a marchar, ou me sentasse com as pernas muito esticadas e os pés hirtos.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Penicilina

- Penicilina?! Para que queres tu a penicilina, Criatura?! Cretino, Custódia,  teu filho é cretino. O que ele tem chama-se cretinismo. Não há penicilina que lhe valha.

Custódia não entendeu aquelas palavras. Já na vida lhe tinham ditado muitas sentenças no que à saúde dizia respeito, mas nunca antes tinha ouvido aquele nome que o Dr. Afonso lhe dava. Cretino. 
Conhecia a tísica, que lhe levou primeiro a mãe, poucas semanas depois de dar à luz, depois a avó, quando Custódia tinha sete anos. Conhecia as doenças da tripa que a atacavam todo ano, teve febre da carraça, teve papeira e bexigas que lhe deram as cicatrizes na cara e nome por que mais tarde era conhecida. Conhecia o tifo, que lhe levou o cabelo e a deixou semanas numa cama a arder em febre, e a caldos de galinha e gemadas de cerveja preta que a avó, já sem forças, pedia fiada na venda do Ramiro. Teve sorte, o tifo atacou-a no Verão, se tem calhado de Inverno tinha ficado. Poucos dias depois de ter tido permissão para sair da cama, Custódia recordava-se de ter visto a avó trocar a forragem da enxerga por camisas de  milho secas e ter deixado de apartar o talher que lhe era destinado. Poucas semanas depois a avó caiu de cama, tísica. Lembrava-se de voltar a apartar talher e de ver uma vizinha queimar as roupas cuspidas de sangue da avó.
No dia em que a enterrou a o Ramiro da venda foi buscá-la. A mulher tinha tido um cachopo e dava-lhe jeito quem o guardasse para poder ajudar o marido da venda e mal fosse que uma amostra de gente daquelas, pequena e atarracada, feia como os trovões, desse gasto a comer. No Verão seguinte já com a cabeça mais composta de cabelo, teve de o rapar todo e usar uma touca branca, por causa da tinha. Conheceu assaduras, a escarlatina e a varicela, dores de dentes e de ouvidos. Dores de cabeça. Calos, unhas encravadas, freiras. Ainda ajudou a criar mais três filhos do Ramiro antes de ele a pôr a servir na venda os homens que por lá passavam no contrabando do azeite. Não havia contrabandista que passasse a Ponte de  Lima que não conhecesse a Custódia do Ramiro. Vieram então as doenças de baixo. Conhecia-as todas, pelos nomes populares e pelos nomes que o Dr. Afonso lhes dava, esquentamentos, sífilis, gonorreia, mas sabia tratá-las com ervas, unguentos, pachos, cataplasmas, chás e emplastros, recusou sempre as injecções novas que ele lhe receitava, penicilina, dizia ele, quase não se usavam cá, mas que no estrangeiro já salvavam muitas vidas. Enquanto esteve na venda Ramiro nunca teve filhos, sabia mezinhas para não os ter e uma vizinha ensinou-a tirar os que por azar vinham.
Com trinta e oito anos cansou-se da vida que levava e casou com um latoeiro velho de Vila Verde, à procura de melhor vida. Conheceu úlceras, varizes, dores no corpo, nos ossos, na cabeça, na alma. Tinha quarenta e quatro quando o único filho lhe nasceu. Chamou-lhe José, exigência do marido, que apresentava por essa altura os primeiros sinais de demência. A princípio não lhe estranhou o nariz achatado, a língua que parecia não lhe caber na boca, nem os braços e pernas curtos. Criou quatro filhos ao Ramiro da venda, sabia bem que todas as crianças nascem feias e que só se fazem mais mimosas quando começam a encher, mas o seu Zé não medrava, por muitas papas de milho que lhe desse, por muita mioleira lhe despejasse pela goela abaixo. Começou a andar tarde, já depois dos dois anos, e com quatro ainda não falava, ficava horas sentado no chão da latoaria de olhar vazio fixo nos barrotes do tecto e Custódia percebeu que o seu Zezito não era como os do Ramiro, parecia-lhe faltinho, atrasado. Não se conformava, o seu único filho não havia de ser faltinho, corresse ela os médicos que corresse, o seu Zé havia de ser gente, nem que lhe tivesse de dar as tais injecções de penicilina do Dr. Afonso. Não era tarde nem cedo, era a hora. No dia seguinte haveria de se pôr a caminho bem cedo, ainda de madrugada, que de Vila Verde a Ponte de Lima a jornada era dura.


Aviso Legal

Por determinação da Exm.ª Senhora Ministra do Consumo Sustentado da Blogosfera, em articulação com a Provedoria da Blogosfera, torna-se desde hoje obrigatória a apresentação e disponibilização de Livro de Reclamações, sempre que o mesmo seja solicitado pelo blogo-consumidor, sob pena de condenação em coima de 5000 a 500000 Blogoeuros. Para o efeito, devem os blogo-estabelecimentos ter afixado em local de boa visibilidade o aviso infra.







sexta-feira, 17 de julho de 2015

Traduzido para peixe/carne, suponho que seja uma espécie de atum

Na falta de testes das revistas femininas para saber coisas tão importantes  como que tipo de sedutora sou, se tenho tudo o que os homens gostam, se sou uma amante de sonho, ontem à noite abalancei-me num teste para descobrir as minhas coordenadas políticas. Em ano de eleições pareceu-me adequado. 
Sou bastante céptica quando se fala de testes de resposta rápida, mas acredito que o resultado não tenha falhado muito (talvez deva olhar com outros olhos para os testes das revistas femininas e dar-lhes uma oportunidade, nunca é tarde para saber que animal da selva me traduz enquanto mulher), colocou-me bem ao centro, muito próxima da "neutralidade",  o que fará de mim o pesadelo de qualquer político, a qualquer momento posso passar para "o outro lado da barricada".
Se estivéssemos a falar de peixe ou carne suponho que seja uma espécie de atum, sou peixe, mas quase passo por carne.



quinta-feira, 16 de julho de 2015

We all live in a yellow submarine


E quando achamos que já vimos de tudo um pouco na vida

damos de caras com notícias destas.
A sério que há pessoas com formação superior e responsabilidades na área da educação e da investigação disciplinar que acham admissível interrogar uma menina de sete anos sobre os hábitos sexuais do seu irmão de quinze, no âmbito da investigação sobre o alegado envolvimento deste com uma professora?!


Estou só a avisar

Este Verão alguém vai arrasar no seu bikini, ai vai, vai.
Sou capaz de não ir a tempo, mas a esperança é a última a morrer.






quarta-feira, 15 de julho de 2015

Diz-nos, Mirone, o que fazes nos serões em que ficas sozinha em casa?

Ora, ora, há tanta coisa para fazer quando se tem a casa só para nós. Podemos mimar-nos, tomar longos banhos de espuma perfumada, fazer máscaras de beleza, tratar dos cabelos e unhas. Podemos ler, ouvir as nossas músicas favoritas sem sermos interrompidas...

Não, Mirone, a pergunta é o que fazes nos serões em que ficas sozinha em casa.

Então, quando Mr. Mirone e a Mironinho não estão, pois... nesses dias... então... acordo a meio da noite no sofá, com um torcicolo medonho, a televisão ligada e o tablet no chão.

Eu nem ligo muito a futebol

Mas fartei-me de rir com este vídeo dos Cromos da Bola

.

Bom dia!


terça-feira, 14 de julho de 2015

É um sinal, só ainda não decidi de quê

A pessoa convence-se de que é uma excelente dona de casa. Concomitantemente, a pessoa acha por bem descarregar uma aplicação para telemóvel de receitas do dia, práticas e variadas e de que uma amiga diz maravilhas, para não ter de pensar tanto todas as noites  e poder dedicar mais tempo à sua amantíssima família.
A pessoa descarrega isto:


A pessoa é uma cozinheira razoável, mas caramba, em polaco (?), checo (?) a coisa fica difícil.

Aquele momento

Em que vês uma fotografia tua e pensas quantos momentos "má permanente dos anos 80", fora do contexto "Eh pah, eram os anos 80", pode suportar um ser humano antes de ter um "total meltdown"?

Apetece-me tanto

Fazer piadas sobre as palavras do Primeiro Ministro a propósito do seu contributo para a resolução do impasse grego, mas por acaso a ideia não foi minha e por isso não o vou fazer.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Não percebo

As pessoas que sendo chamadas a escolher alguém, por exemplo num concurso de talentos como o Ídolos, em vez de escolherem o candidato mais talentoso, com melhor voz e presença no palco, votam no candidato mais "desgraçadinho", ou porque foi abandonado pela mãe ou toda a vida viveu na miséria, porque sofreu violência doméstica, porque tem a avó à beira da morte. Depois vai dizer-se que o candidato vencedor  tem voz de cana rachada e que não chega aos calcanhares de um outro candidato que entretanto ficou para trás. E de quem é o problema, do rapaz da voz de cana rachada ou do público que votou nele por pena?

Isto a propósito de um eventual aproveitamento político que se está a imputar ao primeiro ministro a propósito do aparecimento da sua mulher num acto público com a cabeça rapada.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Querem lá ver isto?

Querem lá ver que afinal nem ela nem ele vêm para Portugal.
Tanto se disse, tanto se escreveu, tanto ânimos exaltados para nada? Pelo amor aos comentários irados, vejam lá isso, senhores.

O ceu é o limite

Tenho dois lugares muito especiais na minha caixinha dos "rejects musicais". Um para os Pink Floyd, banda de que nunca consegui gostar apesar de toda a gente dizer que é maravilhosa, deve ser assim uma espécie de Nutella musical,  toda a gente diz que é maravilhosa, mas continuo a achá-la só um chocolate de barrar que dispenso perfeitamente, e outro para a música Sertaneja, que também não percebo muito bem porque é que este género agregador de multidões nunca me conquistou.

Tenho-os ali muito bem guardados, numa caixa bonita, fechada com um cadeado pequenino, ao qual atei uma chave delicada com uma fita de cetim cor-de-rosa, no fundo da última gaveta, para que não fujam, não ousem sair. Somos felizes assim, a musica sertaneja, os Pink Floyd e eu, eles fechados numa caixinha, eu a ouvir outras coisas de que gosto mais.

Agora imaginem, leitores queridos, o que acontece quando uma dupla sertaneja recria um dos mais populares sucessos musicais de Pink Floyd, a icónica The Wall e lhe chama Até o Céu.
 ...
Pois, é isso que acontece.

Hey, teacher, leave the kids alone! Hey, mina, me dá um sinal!

Desfrutem!





Ainda o Tony Carreira

Informo os meus seguidores (e os seguidores deste blog, que os trago sempre no coração), que esta manhã me encontrarei a espalhar magia pelas margens do Unhais, nessa bela pérola do Pinhal Interior Norte que é Pampilhosa da Serra.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Acho que só o Tony Carreira é que me compreende

Saucisson aux noisettes!


Porque é que vens, vens cruzar o meu caminho?


Disclaimer, não é assim que se diz?

Não, não quero adoptar um grego, por muito esculturais que sejam os seus abdominais, por muito definidos que sejam os seus bíceps.
Mais, acho de péssimo gosto as piadas sobre o assunto. Desculpem, mas não consigo achar piada à objectificação que fazem.


Ra'is parta a sensibilidade que por estes dias me anda à flor da pele.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Ainda os comentários no facebook

Num status de divulgação do desaparecimento de uma adolescente em Guimarães na passada sexta-feira, foi anexada uma fotografia da jovem com o vestido do seu jantar de finalistas. Entre votos de um rápido regresso a casa sã e salva e palpites de quem acha que fugiu com um namorado, que é comum na adolescência, outros a criticarem os pais que deixam uma miúda de dezasseis anos andar na rua tão tarde, encontro o último comentário que pensava ser possível ler:
"O vestido é mesmo giro, onde é que comprou?"

Donos de cães, aproximem-se por favor

Alguém me explica porque é que os cães gostam tanto de correr atrás da própria cauda?
São todos assim? Mesmo os mais inteligentes?


Este post é sobre superação

Depois de duas noites no mar, já com quarenta horas a enfrentar o Atlântico, Francisco Lufinha continua entusiasmado na sua viagem rumo à Madeira, uma distância total de cerca de 550 milhas náuticas, 1000 km em números mais redondos. 
Dois terços do caminho e o recorde mundial da maior distância percorrida em kitesurf sem paragens, que também era seu, já ficaram para trás. 
Força Lufinha!



Adenda: Perto das 16h00 o Francisco teve de interromper a sua Odisseia às 472 milhas náuticas (874 km) devido a cansaço extremo. Foram mais de 47 horas a desafiar os elementos!  Muitos parabéns!

domingo, 5 de julho de 2015

E tu, Mirone, o que vais fazer até terça-feira?

Vou estar de olhos postos no kitesurfer Francisco Lufinha, que vai ligar Lisboa ao Funchal, sem paragens.




Para seguirem a sua viagem só precisam de carregar  aqui.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Ceci n'est pas une prune

"É aproveitar, que está de resto, menina. Faço-lhe 1,20 € o quilo. A cereja boa que tinha de vir já veio, melhor que isto já não vai encontrar."


Façam bem atenção, que eu não tenho os dedos propriamente raquíticos, as cerejas são mesmo enormes.

Amanhã mostro os figos.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Agora era mesmo isto que me apetecia


Estou naquela fase boa das borboletas no estômago

Não me lembro de um post num blog alguma vez me ter tocado assim. Já me emocionei, já chorei de tanto rir, já fui acometida da maior das ternuras, já me invadiu a mais profunda das tristezas. Já me enfureci, já quis abraçar, já viajei, já fiquei imóvel, estarrecida. Já me senti oprimida, já me senti desobrigada. Os blogs têm o poder de me libertar e, simultaneamente, é essa liberdade que me prende. Gosto de blogs. Não sei se os amo, mas gosto muito deles.
Ontem apaixonei-me. Perdida e violentamente. O que li ontem ocupa-me os pensamentos, tomou-me de assalto a mente e o coração, deixou-me refém de um corpo que já não me pesa, levita, mas que se encontra desprovido de qualquer vontade própria e que apenas se deixa conduzir sem resistência. Nem isso, porque deixar-se conduzir pressupõe escolha e livre arbítrio que perdi no momento em que li a equação de Euler no blog da NM. Apaixonei-me por uma equação, isso mesmo. Atingiu-me como um relâmpago forte e arrancou-me do chão como um furacão.
Poucas coisas serão tão míticas como um número imaginário que interage com números reais para não produzir nada. Será isto aquilo que noutros blogs rotulam de "nos blogs como na vida"?
Gosto de blogs. Não sei se os amo, mas gosto muito deles.